A capa forrada a papel vegetal está preparada para enfrentar as asperezas do uso -- que, visivelmente, enfrentou. Está abundantemente sublinhado a lápis, prova de que foi intensamente utilizado, estudado, se calhar até sentido. (*)
Na página de rosto tem, escrito a esferográfica: "Isabel Allegro, Lisboa, 1962". Já lá vão quase 50 anos.
Estava caído no passeio, frente ao hospital dos Capuchos, ali perto do Campo dos Mártires da Pátria, em Lisboa. Quem o terá deixado cair? O que terá sentido, quando viu que o perdeu?
São dois contos. A Cool Million é, segundo o resumo na contracapa, "uma sátira ao estilo de Candide sobre um jovem que não só vai de mal a pior como acaba por se tornar no herói-mártir de uma organização fascista americana que usa camisas em pele de gamo e chapéus à Davy Crockett." Parece-me irresistível.
Entrega-se a quem provar pertencer-lhe.
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(*) Três advérbios de modo praticamente seguidos: eu devia estar parvo quando escrevi isto. (JPB, 29 Abr.)
Estranho... um velho livro, agasalhado, perdido(ou esquecido) em frente a um hospital, o lugar não poderia ser mais sugestivo para qualquer coisa muito usada, desgastada, envelhecida.
ResponderEliminarNão é muito comum perder livros...
NP
Se calhar, foi ele que se perdeu de alguém
ResponderEliminarMeu não é, JPB, lamentavelmente.
ResponderEliminarP.S.: E aqui lhe deixo mais um advérbio, com muito gosto. Defeito meu, mas, além de maiúsculas, tenho grande apreço por adjectivos e advérbios, especialmente (já vão dois) de modo. :-)
Mas é capaz de ser mesmo da Isabel Allegro... Ela existe e está viva.
ResponderEliminarE tua agoras andas aos papéis?!!!! Ao que tu chegaste sem a minha presença....
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