quarta-feira, 28 de abril de 2010

Perdidos e Achados


A capa forrada a papel vegetal está preparada para enfrentar as asperezas do uso -- que, visivelmente, enfrentou. Está abundantemente sublinhado a lápis, prova de que foi intensamente utilizado, estudado, se calhar até sentido. (*)
Na página de rosto tem, escrito a esferográfica: "Isabel Allegro, Lisboa, 1962". Já lá vão quase 50 anos.
Estava caído no passeio, frente ao hospital dos Capuchos, ali perto do Campo dos Mártires da Pátria, em Lisboa. Quem o terá deixado cair? O que terá sentido, quando viu que o perdeu?
São dois contos. A Cool Million é, segundo o resumo na contracapa, "uma sátira ao estilo de Candide sobre um jovem que não só vai de mal a pior como acaba por se tornar no herói-mártir de uma organização fascista americana que usa camisas em pele de gamo e chapéus à Davy Crockett." Parece-me irresistível.
Entrega-se a quem provar pertencer-lhe.
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(*) Três advérbios de modo praticamente seguidos: eu devia estar parvo quando escrevi isto. (JPB, 29 Abr.)

Intermezzo

No mesmo dia em que os nefandos mercados nos baixam a cotação financeira, subimos a um inédito 3º lugar entre as melhores selecções de futebol. Baixa o rating, sobe o ranking. É tudo mentira. Nem somos tão maus em contas, nem tão bons a jogar à bola. O mundo não nos compreende. Digo eu.