quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Memórias

O post anterior, e outros que já aqui coloquei, nada tem a ver com o presente, com a actualidade. As minhas janelas não estão abertas apenas para o mundo que vou vendo e sentindo, mas também para o que já vi e senti. Delas vejo mais do que a paisagem que me rodeia: vejo-me a mim como fui, onde fui, e o que fui. Nós não somos apenas o tempo que passa, somos tudo o que vivemos.

Estas histórias de mim e de coisas que vi e senti não estão escritas como as escreveria na altura. Sobre parte delas eu escrevi à época, com intuitos, ângulos e finalidades diferentes de hoje. O que sobreviveu de tudo isso serve-me hoje como se de meros apontamentos se tratasse. O que eu quero é recriar a minha memória desses lugares, gentes e sentimentos que tive, relendo o passado, olhando-o de uma distância às vezes já grande. Muitas das coisas de que falo já nem sequer existem, ou, se existem, são já muito diferentes. Não importa: elas existem na memória. No fundo, é onde tudo existe para nós.

1 comentário:

  1. É isso mesmo. Mas também às vezes acho que já não tenho memória das coisas que vi mas apenas das fotografias que fui tirando, que acabam por ser o mais acessível.

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