sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Aquela dourada luz do entardecer

Catedral de Florença, Julho

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Lost in translation (é para aí a 3 658ª vez que esta expressão é usada a propósito de tudo e de nada, mas não encontrei outra melhor).


Entrar numa loja chinesa é iniciar uma viagem fascinante pelos mistérios e desconchavos da língua. Para cumprir a exigência legal (presumo eu) de as embalagens virem escritas em português, os respectivos dizeres são passados através de programas de tradução automática, como os que existem na Net. O resultado é, literalmente, surrealista, dado que na maior parte das vezes não faz qualquer sentido evidente. Tenho visto cadavres exquis geniais, de que trago aqui dois exemplos recentes, obtidos quando precisei de comprar algumas ferramentas simples.
Geralmente, entretenho-me a tentar reconstituir, a partir das expressões “portuguesas”, a expressão inglesa original. E fico a pensar se não existirá algures um restaurante onde a ementa portuguesa esteja traduzida automaticamente para inglês, dando coisas como double-touch with a horse-riding egg para um bitoque com ovo a cavalo.

A não ser que… E se tudo isto fossem códigos usados para transmitir informações subversivas a uma quinta-coluna nacional, preparando uma invasão, golpe, atentado, espionagem ou quejando?
Estou mesmo a imaginar um tipo embuçado, chegando ao pé de outro e murmurando, com ar circunspecto: “A classe elevada dois usa a faca do parafuso”. E o outro a perceber logo que tinha que lhe passar os planos do Magalhães para serem copiados na China.
Teórico da conspiração, eu? Por acaso os alemães sabiam a que propósito é que em 1944 a BBC dizia coisas como “Les sanglots longs des violons de l’automne / blessent mon coeur d'une langueur monotone”? Pelamordedeus, que raio quererá dizer "a classe elevada dois usa a faca do parafuso?"