São Paulo, Outubro
As cidades têm correntes, como os oceanos. A maior parte é invisível, e só as percebemos quando estamos nelas e sentimos, a princípio levemente, que estamos a ser levados. Sem sabermos porquê e como, somos arrastados ao longo de leitos que pressentimos não serem da nossa escolha. Uma cidade grande é um corpo que nos leva. E assim acabamos numa rua em que não pensámos, a beber encostados a um balcão que não preferimos. Algo nos chamou para ali, mas nunca saberemos o que foi.
Talvez seja o inverso, talvez a gente que queira ser arrastado pra dentro da cidade, talvez sejamos nós suas esquinas... talvez.
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